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O que é
A nandrolona é um derivado da testosterona - hormona produzida pelos testículos e responsável pelas características sexuais secundárias do homem, como a voz mais grave, o desenho facial, as tendências mais agressivas, a erecção do órgão sexual, entre outras. É um esteróide altamente anabolizante, que favorece a transformação de matérias nutritivas em tecidos vivos. Basta a aplicação de uma ampola para que o atleta ultrapasse o limite estabelecido pelo Comité Olímpico Internacional (COI): dois nanogramas por mililitro de urina, nos homens, e cinco nanogramas nas mulheres. Apenas no ciclismo a taxa é comum para ambos os sexos: cinco nanogramas.
A nandrolona aumenta a massa muscular, até 16% em alguns indivíduos, o peso, entre os cinco e os nove quilos, e a resistência física. Os esteróides como a nandrolona têm a capacidade de produzir um aumento da síntese de fosfato de creatina, um composto essencial para a formação da substância trifosfato de adenosina (ATP), que, por sua vez, é fundamental para disponibilizar a energia para os diversos sistemas fisiológicos das células. No caso dos atletas, melhora a contracção muscular: quanto maior a energia acumulada, melhor o desempenho nos exercícios físicos e mais fácil é a recuperação física.
Este tipo de substâncias pode provocar ainda uma intensificação do fluxo sanguíneo, até 20%, de modo a melhorar o fornecimento de nutrientes à massa muscular. Para que a eficácia aumente, o atleta consome o esteróide em ciclos de seis semanas - 50 miligramas em cada dois dias -, no caso da nandrolona administrada por via intramuscular, a primeira a surgir no mercado e a menos utilizada actualmente.
O grande salto no consumo deste produto por atletas deu-se nos últimos anos, com o desenvolvimento de substâncias equivalentes à nandrolona, que apenas são detectáveis até 48 horas depois de consumidas. Desta forma, é fácil a um futebolista consumir nandrolona numa segunda-feira e escapar ao controlo do fim-de-semana seguinte. No entanto, a nandrolona pode acumular-se no tecido adiposo e voltar ao fluxo sanguíneo muito tempo depois, durante um esforço físico em que o corpo necessite de ir buscar energia a essa massa de gordura.
Efeitos secundários potencialmente nefastos
Um dos mais comuns é a retenção de água, que pode causar hipertensão. Para combater este efeito, os atletas consomem diuréticos (também proibidos), substâncias que obrigam à expulsão de água por parte do corpo e disfarçam o consumo de dopantes. Nos homens, o atrofio dos testículos é um dos efeitos mais graves: com o consumo dos esteróides, o corpo deixa de sentir necessidade de produzir testosterona, os testículos perdem uma das suas principais funções. A produção de espermatozóides decresce bastante e pode-se chegar à esterilidade total. Mas aqui há a possibilidade da realização de um tratamento hormonal...
O consumo de esteróides provoca ainda graves problemas no funcionamento do fígado, a perda considerável de peso é quase certa, o aumento do volume da próstata, acne que deixa marcas irreversíveis na pele e calvície prematura. Nas mulheres, regista-se ainda uma virilização, ou seja, um aumento de características masculinas.
CUIDADO!
O desenvolvimento da nandrolona oral provocou um novo "boom" no consumo, só descoberto com o desenvolvimento das técnicas "anti-doping". Para além disso, uma lei aprovada pelos Estados Unidos em 1994 abriu caminho à comercialização descontrolada de esteróides anabolizantes como suplementos dietéticos e de uma poderosíssima indústria ligada a este negócio. Quem produz suplementos nutricionais vende ainda anabolizantes - como o 19-norandrostenediol e a 19-norandrostenediona, cujos efeitos são iguais aos da nandrolona -, daí que a contaminação seja fácil. Tanto mais que, segundo estudos dos laboratórios "anti-doping" de Colónia (Alemanha), Los Angeles (EUA) e Gent (Bélgica), vendem-se no mercado suplementos com dopantes, mas que nada referem nos rótulos.